Artistas Bienal
Artistas Bienal
Artista plástica, escultora, educadora e escritora, natural de Caracas, capital da República Bolivariana da Venezuela, especialista em arte popular venezuelana, tendo colaborado com o Ministério da Educação, Cultura e Esportes de seu país e publicado livros sobre pedagogia no Equador e na Venezuela.
Mirtha Altamira Sandoval de Pinto nasceu em Caracas, capital da República Bolivariana da Venezuela, e estabeleceu-se em Jaboticabal no final de 2019. Possui formação técnica em Desenho Artístico e Publicitário pela Academia Nueva Guarenas (1985), Auxiliar em Educação Pré-escolar pelo Centro de Capacitação Miguel Parra (1990), licenciatura em Educação Integral pela Universidade Experimental Simón Rodríguez (2003-2007) e especialização em Componente Pedagógico em Terapia Familiar Sistêmica pelo Instituto Tecnológico Superior de Mercadotecnia – ITSMAD em Quito, no Equador.
Sua vasta produção artística engloba desenhos, esculturas e demais trabalhos que reverenciam a arte popular venezuelana. Também é escritora, responsável por várias produções literárias relacionadas à educação e cultura, desenvolvidas na Venezuela e no Equador, além de ter realizado diversas oficinas culturais e artísticas vinculadas ao Ministério da Educação, Cultura e Esportes da Venezuela (Ministerio de Educación, Cultura y Deportes de Venezuela), pelas quais foi reconhecida e premiada por instituições governamentais de seu país nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Obra na Bienal
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Trata-se de uma centenária manifestação cultural e artística da República Bolivariana da Venezuela, oriunda das regiões costeiras deste país, proximamente à capital Caracas. Esta bela tradição foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2012 e representa parte importante da identidade cultural venezuelana.
Com 209 anos de história, a festividade dos Diablos Danzantes de Venezuela impressiona pela vivacidade de suas cores, pela excentricidade de suas máscaras e indumentárias e pela multiplicidade de elementos culturais e estéticos que a compõem. A festividade ocorre na Semana Santa, especialmente na Quinta Feira Santa, dia em que danças rituais, acompanhadas por instrumentos de percussão, são empregadas por confrarias que preservam a tradição há gerações e onde se encena a “vitória do bem sobre o mal”. Simultaneamente às encenações ocorrem cortejos e danças, entoam-se cânticos típicos e realizam-se rituais em memória aos antepassados e ritos de devoção ao Santo Sacramento.
Os integrantes da comitiva, trajados de “diabos”, desfilam pelas ruas das cidades e defronte às igrejas, encenando a postura desafiante do mal contra o bem. Quando se deparam com Jesus na Eucaristia, durante a celebração conduzida pelo padre, os partícipes do cortejo despem-se de suas máscaras e se ajoelham para rezar, marcando a derrota dos diablos que alegoricamente representam o mal.
Com forte sentimento de unidade comunitária e cultural, a celebração dos Diablos Danzantes de Venezuela constitui o amálgama de tradições populares venezuelanas e latino-americanas, oriundas do que se convencionou chamar de catolicismo popular, fenômeno que transformou o cristianismo segundo as especificidades latino-americanas.
Os Diablos Danzantes de Venezuela representam uma das tantas tradições oriundas da alquimia entre aspectos culturais ibéricos, afro-venezuelanos e ameríndios, que não só moldou uma celebração tradicional católica segundo as especificidades da América hispânica, tal como preservou tradições caras perante a população afro-venezuelana e ameríndia, como os instrumentos percussivos e o culto aos ancestrais.
Cabe destacar que a presente exposição da artista venezuelana Mirtha Altamira Sandoval de Pinto prestigia a beleza estética e a preciosidade artística das máscaras manualmente confeccionadas pelos membros das irmandades que secularmente preservam esta tradição, porém não compreende a totalidade desta manifestação cultural, rica no âmbito não só das artes plásticas como também da música, dança, organização comunal, participação popular, preservação da memória histórica de um povo e devoção religiosa.